quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Distância

A distância é um fenômeno paradoxal.

Tantas pessoas distantes se fazem tão presentes. Amigos em outro país, por exemplo.
Amigos inesquecíveis não precisam do convívio. São eternos.
Quando os encontramos, parece que foi ontem a última vez, mesmo que tenham se passado anos.
Lembramos e revivemos tudo. O coração pulsa.
Aqui, a distânia não existe.


Outras vezes, ela é implacável.
Em relacionamentos frágeis, dificultosos, ela vai apagando o que existia.
Vai ficando longe, as poucas histórias vão definhando.
Como em famílias doentes.
As últimas lembranças a irem embora são as ruins, como num último suspiro.
E a vida segue seu rumo com pessoas que pareciam ser tão importantes na sua vida deixando de existir. Virando fantasmas assombrados. Não fazendo falta alguma. Pior que mortas.
Aqui a distância é real e ajuda a esquecer o nada.

A distância é sábia: seleciona a convivência.

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