quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Gosto de festa


Quando eu era pequena
só havia um carro na família: o Opalão vermelho, de frisos pretos, xodó do meu pai. Conquistado com suor de anos de trabalho.

Quando íamos na "vendinha", eu e minha irmã, só tinha bolacha Maria ou Maizena. Os doces eram aqueles de batata, abóbora, com ou sem anelzinho de presente (que delícia ganhar aquela jóia). E os Dadinhos, baratinhos que vinham de monte com pouco dinheiro.
Refrigerante, só de domingo de festa.

Hoje é muito fácil comprar e trocar de carro, bolacha, celular, marido, mulher...


Todo dia é dia fde festa...
Não daquela festa curtida, esperada, desejada, construída.
Festa do prazer rápido: usou joga fora. Seja coisa ou pessoa.

Tudo tem seu preço. Coisa ou pessoa.
Preço baixo...

E troca rápida.

E eu sou adepta 
do slow food 
da reutilização de copos descartáveis
de consertar o celular
de ficar com o Gol do tio
de manter o casamento
de valorizar a família
de aprender a tolerância sadia
de exercitar a paciência

Eu, nessa minha lentidão, estou assustada com tanta facilidade.
E perdida, como cego me tiroteio de carros, celulares, relacionamentos, bolachas que caem na minha cabeça.

Que saudade imensa  do gosto de festa na alma quando tinha refrigerante em casa...




quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Parceiro de dança

Nos primeiros acordes da música,
já se percebe o parceiro de dança.


Tem aquele que quer se autoafirmar. Conduz como se fosse um general.

Aquele que quer se aparecer e ... faz tudo sozinho. 

Ou chato: faz os mesmos passos com quem quer que dance.

O previsível: a gente vai adivinhando os passos, a coisa fica tediosa e a música não acaba.

O bêbado, bafo-de-onça: nada acontece. 
Só um mau-hálito dos infernos e uma conversinha babenta.

O galã quer seduzir: mãozinhas percorrendo todo o corpo, lânguidas.

O perfumoso vem pra beijar, acariciar.

O amigão, vem pra conversar, acalentar.

O excitado - ohmygod- o excitado, ninguém merece.

Ou que fica excitado e transparece e já era mesmo.

E tantos outros:
o palhaço, o maluco, o professor, o chato...


Mas tem um que é insubistituível:
aquele parceiro de dança que vem
pra 
dançar.


Aí sim.
Só isso e o mundo fica brilhante.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Simpatia para arrumar namorado

Outro dia, de Santo Antônio, chega para mim:

"Simpatia para arrumar namorado
Esta simpatia foi encontrada nas escavações da Roma Antiga. É datada de 330 anos antes de Cristo. Alguns dizem que foi a primeira simpatia para arrumar namorado já criada. Será que funciona mesmo?
Os romanos eram bidimensionais, o que significa que sua aura era dividida em dois tipos de sentimentos. Os positivos e os negativos. Segundo estudos, tais sentimentos positivos nunca poderiam ser controlados por fatores externos ao ser humano, por serem de natureza inata.
Já os sentimentos negativos, foram invenção do ser humano quando este traiu os deuses ao comer a fruta proibida. Para sobreviver a fúria de Saturno, os homens teriam forjado sentimentos. Dessa forma, aqueles traidores poderiam se esconder.
As simpatias usam este “sentimento negativo” para qualificar qualquer pesssoa a realizar suas vonatdes.
A simpatia é a seguinte:
1 – Escreva em um papel todos os desejos que pretende realizar quando encontrar a pessoa certa para amar.
2 – Coloque este papel em um lugar público. Quanto mais pessoas lerem, mais fácil será arrumar um namorado."


Então lá vão os desejos que pretendo realizar quando encontrar a pessoa certa para amar, publicamente:

- Eu desejo beijá-lo todos os dias. Num dia, beijo doce, no outro, apimentado. Ou os dois no mesmo dia.
- Abraçá-lo até que meu corpo derreta no calor dos seus braços.
- Observar o pôr-do-sol ao seu lado, pelos seus olhos perceber a chegada das estrelas.
- Ouvi-lo. Desejo que o tempo escorra para que eu possa ouvir suas histórias e aventuras.


Espero que meus desejos tenham a atração suficiente para trazer até mim um homem: meu namorado.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Dançar é um sonho. Real.


Dançando tudo se situa

Dama e cavalheiro
Coisa sensual
Sexy
Apaixonante

A condução dele
A graça dela.

Não precisa ser
Baryshnikov
Basta ser
Dama e cavalheiro

Um par assim
Pra dançar assim
Que me faça leve
Feminina
Doce

Fora da dança
Mulher batendo pinto na mesa
Suprimindo menstruação
Homens brochando medrosos
Sem destino

Eu fico perdida
Não sei ser mulher meio-homem
Quando encontro homem meia-boca

Eu quero dançar.
Ali sou dama.
Mulher de um cavalheiro.
Por eternos três minutos.



Meu carinho aos queridos parceiros de dança.
Que  dançam comigo.
E me fazem sonhar.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Vida longa ao Ricardão

Acho que não vou ter muitos adeptos nesse raciocínio.
Mas, como diria a filósofa grega Kelly Key, to nem aí.
Este texto só atingirá aos mais inteligentes.

Já entrei numa curva do rio em que possuo a carterinha pra dizer o que penso, exatamento do jeito que penso.

O que nem sempre faço.

Quase nunca.


Ouvi contar na família a estória que o pai pegou a  mãe com outro.
Na cama. Fazendo.
E em defesa de sua honra, imediatamente se separou.
E todos apoiaram. Família é povo falso mesmo.

A ação da separação parte de uma premissa falsa.
...Pareço um advogado falando. Ou um dos meus professores de  Filosofia, lá da USP. Quem mandou fazer Filosofia?

A premissa é a de que a honra dele depende de alguma ação dela.
          Pô, se ela deu, o problema é dela.
         Depois a gente inventa um edifício teórico e conserta a bagaça.
         E se a transa foi boa, que importa a honra. Né?

( Meu dicionário automático quer corrigir a palavra transa por relação amorosa... Ah... faça-me o favor!)



A atitude de separação parte de um erro ainda maior, que o de um pressuposto falso: parte da crença de que o traidor é devasso, sem caráter, que joga tudo fora por uma noite de prazer.
 Ah! Eu também jogaria, mas um bom filósofo jamais transparece sua opinião.          Exatamente como eu faço.




A culpa da traição é do traído, que não deu assistência suficiente.





Assim, se você é corno, sorria!



Pode não estar sendo filmado.
Mas é sua grande chance de mudar comportamento e
quem sabe
com esforço
dedicação
paciência
tornar-se um grande (médio, vai...)  amante.

Duvido.
Mas não custa tentar.
De corno não passa.

                                                     
E agradeça ao Ricardão essa chance de subir na vida.




domingo, 14 de agosto de 2011

Vampiro do vale

Era uma vez uma família.

Um dia, há quase quarenta anos, encostou um vampiro.

E desde lá 
suga
suga
suga
inferniza
maltrata
bate
rasga
leva 
rouba

E não morre.

Vampiro não morre mesmo?

Não: por que não pode morrer um cadáver.

Enquanto esse vampiro

suga
suga
suga
inferniza
maltrata
bate
rasga
leva 
rouba

Nós vamos vivendo
dançando
felizes
alegres
Coloridas.




sexta-feira, 24 de junho de 2011

Os sentidos do corpo social

Nos sentidos do corpo
possibilidades de sentidos da vida social


E se os cinco sentidos do corpo estruturassem a sociedade civil?


Do tato
uma sociedade imediatista
que sente ou não sente
aquela "coisa de pele" que não se controla
mas que pode ter "tato", jeito para lidar com o outro.
E, quem sabe, dando sua mão à palmatória quando errar.


Do paladar
uma sociedade estreitamente organizada
doce é doce; salgado, salgado;
rico é rico; pobre, pobre.
Relações intensas, de satisfação breve
por isso comendo com olhos, no exagero.


Do olfato
uma sociedade etérea
de reminiscências e imaginações
Relações mais longas
com lembranças e novas possibilidades.
E delicada, descobrindo o melhor nos menores frascos.


Da visão
uma sociedade enganada
que "vê" o sol se pondo
e o avião pequeno no céu
Pensando rápido como enxerga: sem reflexão
Relações humanas fundadas no "parecer"
Como se uma imagem valesse por mil palavras.


Da audição
uma sociedade que ouve
e pode ouvir o outro, com o ouvido externo
e a si próprio, com o interno.
Relações calmas, profundas
reflexivas.
Atentas à harmonia geral.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dèjá vu

Eu sinto 
certo cansaço
do passado

que me pesa


E um certo 
dèjá vu
no futuro

cansado do passado

que replica.

domingo, 19 de junho de 2011

Carta às mulheres

Hoje falo comigo
com a mulher que sou
com as mulheres vivas
que sonham família
amor, afeto, cumplicidade, intimidade

Hoje me divorcio
depois de vinte anos casada
duas décadas de dedicação período integral, 
com exclusividade

sete mil e trezentos dias 
empenhada em construir o maior sonho: minha família
sete mil e trezentas noites 
dedicada a dar e encontrar prazer, afeto, intimidade

um dia fértil e fecundo: Felipe
meu coração em forma de filho
eternamente dias de amor - pra sempre

dois mil e quinhentos dias de desespero 
frente à dependência química
quatro mil setecentos e seis - só por hoje
lado a lado na recuperação 
espaço do acolhimento para o crescimento 
fora da anestesia

Um dia construído 
por três mil e seiscentos outros de afastamento
E esse dia, 
que não pensei que chegasse,
chega.

Com ele 
o peito rasgado 
e aprendizado de ser mulher.


Esse dia chega.
Dói. E acalma.

Para as mulheres que como eu sonham
e se  dedicam à família,
lembrem-se de si próprias.
Todos os dias de sua existência.
Sem exceção.

A cada manhã
junto com o café
no espelho com batom:
- eu me dedico mais a mim que a qualquer outra coisa?
- eu tenho vida útil caso meu casamento acabasse agora?


Os contratos
de casamento
de trabalho
de família
de beleza
exigem desmesuradamente da mulher.

Talvez numa expiação
por desde Eva a culpa nos ombros
por querer provar do conhecimento.

Não se nasce mulher. Torna-se.
Diz Simone de Beauvoir.
Belo olhar.

Digo para mim com amor 
para as outras mulheres tão como eu


Eu, há mais de dezessete mil dias
desejando dezenas de dias felizes
por vir.




sexta-feira, 17 de junho de 2011

Justiça seja feita







Meu pai foi um homem simples.
Mas dedicado.










Filho de uma dona de casa e um caminhoneiro, irmão de taxista e balconista, mudou o patamar (para não dizer "casta", já que oficialmente não existe no Brasil) de sua família.
Tornou-se doutor: Dr. Filardi. Advogado.


Depois: juiz de direito.


Mandou prender o Fleury, chefe do Esquadrão da Morte.
Arquivou o processo da Elis Regina, "em respeito à mãe, mulher e artista".
Transformou nossa casa em local de trabalho para muitos albergados que não conseguam emprego para manterem sua liberdade condicionada: o Pelezão, estelionatário, era nosso jardineiro e mestre na arte de ensinar a nó, eu e minha irmã, a empinar pipas; a Vanda, era nossa faxineira. E tantos outros.





Crescemos convivendo com um homem de imenso coração, ciente de suas responsabilidades como pai, filho e marido. E provedor, que era.

E nosso padrão ficou alto: aos homens que nos rodeam, sempre a comparação.




Um homem que cresceu com seu trabalho. Que soube, além de trabalhar, construir nome, carreira e bens.


Um homem que, desfazendo um casamento de 32 anos, preocupava-se em "deixar bem a esposa, sem que nada lhe faltasse". Inclusive no futuro. Tinha a visão da responsabilidade de ser provedor e coração para manter-se assim, mesmo depois de acabado o amor.


Um homem que deixou filhas, esposa e irmãos, cada um do jeito cabível, amparados.


Eu agradeço ao meu pai todo o empenho de sua vida.
Sua preocupação com suas filhas. Com sua esposa.
O exemplo de Homem, com H maiúsculo, que ele me deu.
Agradeço seu apoio emocional e, principalmente hoje, seu amparo material. 
É na casa que ele me deixou que moro e outras coisas mais que dele ainda vêm.





Mesmo depois que você se foi, virou estrela, não me desamparou.

Pai, obrigada!

Por tudo.








Acima de tudo pelo exemplo que posso passar, para meu filho.
Um homem. Que desejo, com H maiúsculo.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sol

Eu preciso 
muito 
do sol 
hoje.

Agora.

Meu corpo dói
Minha garganta fecha
Meu pé incha
Meu peito chora

Gelo
Parece que um rio congelado
quebrou
e caí

Eu to aqui embaixo
viva
Eu quero voar
Eu quero derreter.

Eu preciso do sol.

Eu preciso do sol.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Sorte

quem sabe
um dia
a sorte
pra mim
de um
amor 

tranquilo


ou já tenho?

Oração



Peço a Deus
como for
agora
silenciosamente
que olhe pra mim


e me ajude


que me dê força
pra sair inteira 
e pra meu amado filho


somos eu e ele.
apenas.

domingo, 15 de maio de 2011

Muros


Este ano faz quarenta que o Muro de Berlim foi construído.
Sonho a queda de todos os muros que separam os corações.


Principalmente
os tácitos
os invisíveis.

Sonho as pessoas sobre as divisas.




Corações vermelhos

Fazer-se mulher, numa sociedade talhada no machismo, é tarefa árdua e delicada.

Ainda somos objetos:
vale-se mais quando se tem
mais bunda
mais peito
mais coxa
menos independência
menos autonomia
menos existência

Valemos por servir ao senhor. Ainda.

Se a carne mais barata do mercado é a carne negra
a carne negra feminina é troco.

A mulher negra
bonita
peituda
bunduda
lábios grossos
carrega nos ombros o peso
de provar-se ser humano
sem apelar para seus atributos
como moedas no mercado;
de ela mesma não cair na tentação de satisfazer
o "desejo" ávido de virar-se carne, apenas
nos olhos de sexo dos homens carnívoros.

Mas o outro caminho é duro.

Eu vi, em Ouro Preto,
acho que na Casa do Conto,
os instrumentos usados na tortura e domesticação dos escravos, no Brasil.
Ali, único setor que não podia ser fotografado
o passado se rasgou aos meus olhos
e o presente surgiu, ainda coronealista e  escravocrata.

Há 123 anos da "libertação"
encontramo-nos todos presos à História.

Escrevo às mulheres negras, com meu profundo carinho.
Especialmente dedicado à Joyce Pretah. Que me inspirou.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ondas

"Eu comecei a me ligar em música através do rádio".
Elis Regina



Eu também.

CD ou LP é bom
mas rádio é melhor.
As músicas que canto, que sei, são dele.



Prefiro rádio.
Tem o inesperado.
A voz dos locutores.
Aquela música que você não esperava , mas que caiu muito bem naquela hora.




Pra onde eu fui meu rádio foi comigo.
No ônibus, pra Curitiba. Sós: eu e ele.
Grande que tinha fita k7.






Hoje no meu celular.
Pequeno, discreto.
Sós, de novo. Eu e ele.


No carro.
Na rua.
Na chuva.
Na fazenda.




Eu e ele.
Ligados.
Viva.

Power

Aquele trator que vem se arrastando
tomou força e parece que passou por cima de mim.


Um trator medonho
com vida própria
que ninguém segurou


pesado 
enorme
devastador


ele veio
ninguém segurou


quanta força 
e nada o deteve.






Entretanto: passou.
O pior já passou.

Esmagou
arrancou
estraçalhou
mas passou.
O pior já passou.
Eu espero.

Por que trator nenhum destrói todas as flores.
Desejo-as
renascendo da força desse trator.

Por que trator rima com amor.





segunda-feira, 2 de maio de 2011

Lições de gênero - 1

Um amigo me pediu dicas de como conquistar uma mulher que ele tá a fim.
Então,
como um goleiro que ensina a bater falta - ou penâlti
eu estou lhe passando a letra toda.

Esse amigo é um cara inteligente.
Primeiro por que pede ajuda.
Segundo por que ouve uma mulher.
Terceiro por que sabe que mulher sabe de mulher.

Divido aqui, passo a passo os toques que dei.
E os resultados, quando ele me contar.

Lição 1
Zonas altamente erógenas da mulher: ouvido e nariz.


Nada de msn, torpedo, email.
Tudo - absolutamente tudo - dito ao pé do ouvido.
Elogios (verdadeiros ou falsos)
Bronquinhas (sempre pra pedir desculpas depois)
Histórias, mentirinhas, verdadezinhas etc etc
sempre ao pé do ouvido, roçando no pescoço, com hálito quente batendo na nuca.

E, claro, com aquele perfumezinho especial.
Deixe que ela pense que você escolheu aquele que ela gosta.
Deixe que ela troque seu perfume, se ela quiser.
Pergunte - ao pé do ouvido - se ela gosta do seu perfume.

Exercício prático:
Peça desculpas, por qualquer coisa - ao pé do ouvido dela.
Em seguida, pergunte-lhe o que achou do perfume novo que comprou para agradá-la.
E deixe-a.

Veja o que acontece.

domingo, 1 de maio de 2011

Corpo

O que gosto no corpo humano
é o corpo humano.

Não me importam os atributos
como diria Aristóteles
mas sua essência
seu Ser Corpo.



No corpo
a possibilidade
do abraço
do carinho
da pele na pele
do beijo
do olhar
do cheiro

Seja brancão, bronzeadinho, forte, malhado, flácido
mais lindo que um corpo nu
só dois corpos nus. Juntos.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Silogismo sexual

Se


os ferormônios femininos são sentidos de longe
os ferormônios masculinos, só de perto



Então

estando os homens
na padaria, no bar, no clube, na piscina, no mercado, na farmácia, na festa, na selva
sempre sentem
o cheiro das mulheres
e podem exercitar sua masculinidade



para as mulheres
é preciso que ele esteja bem perto
abraçando, beijando, falando ao ouvido, respirando no pescoço, alisando as costas















Logo
                  se o homem não se deixa estar perto de uma mulher
                   ou reclama que "ela é pegajosa"


é burro. 




Ou viado. 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um dia das mães


De um lar desfeito,
fez-se em mim o sonho: uma família.




Nada mais importante. Nunca.


Hoje,

singelamente,

no café da manhã

nós dois à mesa

café, leite, pãozinho quente, margarina




vislumbrei:









a família que eu tanto sonhei,


ali, presente,


na sala


e no meu coração.









Eu amo você, filho.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Bad Orchid


Não tem aquelas pessoas-morcego
que sugam o que podem de quem está perto?



Não é fácil identificar
apesar do aspecto


Que dizer daquelas então que se apresentam orquídeas?
Até percebermos que são parasitas, sugam nossa energia. Nossa vida.



     Belas floradas sazonais
   
  à custa do hospedeiro.








Belas, mas parasitas.







A orquídea é o vampiro enfeitado.