segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Mosaico.









"As novas famílias, nas quais participa a mulher do pai,

carregam o esforço simbólico, 

intelectual e afetivo de inventar novos valores.








Isso revê, antes tarde do que nunca,
 
a perigosa ideia de supervalorização do biológico, ou:
 
aos meus pares biológicos a proteção; aos outros, a guerra." 






Fernanda Carlos Borges

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Betty, balança!

Como nós nos apequenamos!

Que feio... que feio.... que feio agredir Betty Faria por ser uma mulher de 72 anos de biquíni na praia!

Cada um que olhe o que quiser...

Tanta loira bombada com hidrogel, olha lá.

Gente chata, careta, covarde.


Saudade dos hippies - não voltam mais -  que aceitavam o corpo como ele é.




Betty, balança, meu amor!

Santa Leila Diniz!!

Rogai por nós!!!





segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Diplomacia


Sou neta
sobrinha
e filha
de diplomatas.
Sou da Paz e não da faixa de gaza.
Sou do afeto, não do egoísmo.
Sou da casa, não do barraco.









Entendeu ou quer que desenhe mais?

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Mostarda e maçã.



Medalhão de Filet Mignon ao molho mostarda escura
Purê de maçã
Batata palha.

Ah! E teve sobremesa:
Cocada cremosa ao forno!


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Chique




Torta fingida de azeitona preta com rúcula,
salada de fundo de alcachofra com amêndoa,
arroz no pistache.



Très bon!!




Bolinho chique


Salada verde com figo, queijo e pêssego.
Bolinho de arroz assado com ricota defumada.
Frango temperado com ervas.


Vinho.


Tá bom?




Mangia!!

Bruschetta com tomate cereja, muzzarella de búfala e balsâmico.


Vai?

Sushi criativo



Meu horóscopo sugeriu criatividade hoje.






Sushi de arroz integral com pepino e manga.

Suco natural integral de maçã.




Bahia de todos os sabores


Moqueca e farinha no dendê.

Bahia é aqui.

Lá em casa!










Marroquino




Cuscuz marroquino com amêndoas e frango com gergelim. Salada ao molho de mostarda;




Rostî



Rosti com beringela recheada gratinada



domingo, 26 de outubro de 2014

Se hay gobierno...

Num sol de quase dezembro, outubro verão, 
minha enteada  diz que 
“muita gente da idade dela vota a favor do governo”.  
Eleição para presidente.

Eu me espanto.
Não deveria... mas me espanto.

Essa “gente da idade dela” não deveria estar querendo mudar tudo?
É função da juventude mudar.

Mas essa “gente da idade dela”
espantosamente
é machista. ...Caramba, como são machistinhas os meninos e as meninas....
são alienados .... caramba... maio de 68 para eles não tem nem no calendário
são objetos sexuais .... caramba ... dão mais que chuchu na serra mas não sabem ter prazer
(alguma menina aí conhece o seu corpo a ponto de pedir o que lhe dá prazer? os garotos me dizem: “não mexe... elas tão dando e não tão reclamando” )

Para eles
Anarquismo são vários links abertos
Comunismo, compartilhar a vida pessoal
Socialismo, dividir o mesmo wifi
Democracia, manter o poder.

Para nós, “se hay gobierno soy contra”, para eles porta dos fundos.
Para nós, sem lenço sem documento; para eles, celular e wifi.
Gente da idade dela, gente velha de 16 anos...

É essa juventude que quer tomar o poder?
Nós, os velhos hippies,  que nos preocupamos com liberdade, prazer, subversão, e queríamos deixar um mundo melhor para nossos filhos, precisamos continuar o trabalho.
Não podemos descansar não. O mundo melhor ainda precisa de nós.


Se essa juventude toma o poder, estamos lascados. 

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

ENTRE NÓS




Entre nós
Desatamos a linha

Concentramos
Desatamos
Desatamos
Desatamos

A pipa voa
Corremos na praia

A felicidade
Tem o sabor do céu azul

E do mar aberto

Conversa ao pé do ouvido

Eu prefiro sala sem televisão.
Eu prefiro quarto sem televisão.
Eu prefiro apenas uma televisão  na casa.
Haverá um consenso sobre o que assistir.
Haverá família.

Enquanto eu preferia, 
chegou o computador.
Um para cada um.
Um para cada isolado.

Então, em casa, 
desligávamos televisão e computador,
por volta das dez da noite.
E conversávamos.

No começo não foi fácil.
Não tínhamos muito assunto.
Estávamos destreinados.
Depois a coisa foi tomando corpo.
Era gostoso saber que àquela hora teria conversa.
Nós estaríamos ali. Juntos.

Daí a vida andou.
A família separou.
A televisão virou em laptop. 
Um pra cada um.
Um para cada isolado.
A conversa cada vez mais difícil. 
Ao vivo.


Celular.
A sala invadida.
Sofá, cama, banheiro.
Carro, passeio, praia.
Almoço, jantar. Hospital.

Eu preferia varanda.
Passeio a pé.
Sorvete na rua.
Conversa às 22h.

Afeto com hora marcada.
O sorriso da família. Conversando.
Eram tempos bonitos....

Eram tempos de ouvir.


domingo, 5 de outubro de 2014

Amor na mesa






A comida tempera nossas relações.

A comida é afeto.

Quem come só com a boca e se empaturra, perde o gosto que vai até o coração ...e sacia.
E acolhe.

Esse episódio da bela Cozinha, quando ele faz comida baiana e recebe seu pai,
Gilberto Gil, é  um prato delicioso.

É doce ver uma filha tão amorosa com o pai,
que a cada vez que fala a palavra pai leva as mãos  ao coração, de forma instintiva.

Uma filha-mulher que  resgata sua história com carinho e continua ela mesma:
seu passado a constrói mais íntegra.

Sorridente, caprichosa, feliz a cada cada vez que consegue sua meta: ver o pai feliz.

Um pai feijão: pai pra todo prato, pai lúcido, firme, doce, sustento.
Pai sustento do corpo e da alma que dá asas.
Um pai que recebe na coxia do camarim sua mulher, Flora e sua ex-mulher, Sandra, que se abraçam - e choram juntam - ao ouvirem-no cantar Drão, para Sandra.
Pai, mulher e ex-mulher unidos pelo amor que se é verdadeiro nunca passa.
Sempre resiste.

Pai e Filha degustam pratos da culinária  baiana,  mas naquela mesa mesa sentam eles dois mais a avó, a bisavó e a neta: a filha de Bela ama a farinha com dendê, como o seu pai, o avô Gilberto Gil.


Eu pensei em mim (filha saudosa do meu pai amado - que cozinhou em mim meu espírito)
Eu pensei em ti (no meu pai e no meu marido)
Eu chorei por nós (nos nossos nós diários, faixas de gaza que nos afastam)
No fim do almoço
na mesa
o mar arrebentou em mim.

Naquela mesa sentam afeto e carinho, amor. Uma relação perfeita entre pai e filha.
De uma beleza que ultrapassa nossa vã filosofia e entra no coração. Alimenta a alma.


Amor em paz.










sábado, 4 de outubro de 2014

Democracia


O Brasil é um país machista.
A eleição da Dilma foi um momento de encantamento: era uma mulher, com um grande homem atrás, o Lula. Assim pensávamos.  Quando  nos demos conta, o conflito: "como uma mulher mandando?"
E as agressões contra ela são inúmeras. E nem pode, a coitada, valer-se da Maria da Penha.

O Brasil é um país mal administrado.
Nossa gestão é na base do puxa-saquismo, E não é só lá, no governo. É em tudo. Ou não?
Assim é ingenuo pensar que um, apenas um, poderia mudar  "tudo isso que está aí".

 O Brasil é um pais coronealista.
Pensamos de modo religioso, sem estar no campo da religião: buscamos "O" salvador.
Nossa postura é de passividade, esperando apenas nossa vez de ser coronel.


O Brasil é um pais intolerante.
A democracia vale apenas para que seja dito o que eu penso ser certo.
Não toleramos divergência.

O Brasil é um país de rabo preso.
Por isso o voto útil ainda é um argumento que se impõe.


O Brasil é um país de brasileiros.
Não adianta culpar os "outros", ou "tudo que está aí" ou "o PT".
Todos somos responsáveis.

Nesta eleição, eu acredito que dê Aécio . Por que somos machistas e não aguentaríamos mais uma mulher mandando, Por que ele é educado, elegante, um doutor (que é a representatividade modernizada do coronel na questão da submissão), por que ele é branco (e somos sim racistas não por que não elegermos negros, mas pelo contrário), por que fica mais fácil culpar um "rico da elite" daqui a pouco. Os ódios convergem para ele. E ele, apesar disso, parece ser a melhor opção, entre os grandes.

Nossa democracia tupiniquim pensa sempre nos grandes.

Eu gostei do Eduardo Jorge, sabia?

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O selvagem e o amor, por Rousseau

“Comecemos por distinguir, no sentimento do amor, o moral do físico. O físico é esse desejo geral que leva um sexo a unir-se a outro. O moral é o que determina esse desejo e o fixa exclusivamente num só objeto ou que, pelo menos, faz com que tenha por esse objeto preferido um grau bem maior de energia. Ora, é fácil compreender que o moral, no amor, é um sentimento artificial, nascido do costume da sociedade e celebrado com muita habilidade e cuidado pelas mulheres.

(...) Esse sentimento, baseado em certas noções de mérito e beleza, que um selvagem é incapaz de ter, e em comparações que (o selvagem) não está em condições de fazer , deve ser quase nulo para ele. Isso porque, posto que seu espírito não pode engendrar ideias abstratas de regularidade e proporção, seu coração também não é capaz de sentimentos de admiração e de amor que, mesmo sem se perceber, nascem da aplicação dessas ideias. Ele ouve unicamente o temperamento que recebeu da natureza e não o gosto que não pôde adquirir – qualquer mulher lhe convém.

A imaginação não atinge corações selvagens; cada um recebe calmamente o impulso da natureza, entrega-se a ele sem escolha, e uma vez satisfeita a necessidade, extingue-se todo o desejo.

É, pois, incontestável que o próprio amor, assim como todas as outras paixões, só na sociedade adquiriu esse ardor impetuoso que muito frequentemente o torna tão funesto aos homens e é tanto mais ridículo figurar selvagens esganando-se sem tréguas para satisfazer à sua brutalidade. Quanto às induções que poderiam inferir, em muitas espécies de animais, dos combates dos machos ao disputarem a fêmea, é preciso começar por excluir todas as espécies nas quais a natureza estabeleceu, no poder relativo dos sexos, relações nitidamente diferente das nossas. (...) Em nenhum dos casos se aplica à espécie humana, na qual o numero de fêmeas sobrepassa em geral o de macho.

O homem selvagem, sujeito a poucas paixões e bastando-se a si mesmo, não possuía senão os sentimentos desse estado, na qual só olhava aquilo que acreditava ter interesse de ver, não fazendo sua inteligência maiores progressos que a vaidade.”


Jean Jacques Rousseau
Discurso sobre a origem da desigualdade (p.255).



Um motivo, apenas.

Por que, afinal,
Namorar de novo,
Noivar de novo,
Casar de novo?

Se pela lógica do senso comum é melhor
ficar namorando... casamento estraga tudo...”

Se pela nossa própria experiência, que já fomos casados,
sabemos o quanto a vida a dois é exigente.
E quanto o seu fim deixa um rastro de cicatrizes.

Reconstruir tudo, inclusive a autoestima, é trabalho árduo.
Por que agora, que tudo vai bem
eu tenho minha casa, você a sua;
eu e meu filho, você e os seus;
eu no meu trabalho, você no seu
a rotina está novamente estabelecida
por que, afinal, casar??


Por que navegar é preciso.
Viver não é preciso.


Por que a vida só tem sentido junto.

Namorar de novo, noivar de novo, casar de novo, juntar os trapos de novo, amigar de novo, seja lá o que for de novo, com alguém, com esse alguém, após uma separação de um longo casamento, com filhos, é fruto de uma reflexão positiva.

Temos cinquenta tons de alegria para justificar nossos porquês:
nosso carinho,
nosso desejo,
nosso afeto,
nossas afinidades,
nossa alegria,
nosso encontro,
nossa delicadeza

Você
é meu alguém para viver um relacionamento maduro. Bonito.
Amorosamente junto.
Por que a vida só faz sentido com amor, família e um lar.

Por que casar de novo?
Por um só motivo:
Por que nos amamos.