segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Por-do-sol

Pra mim, o pôr-do-sol sempre foi um momento especial.
Único.
Junto com a tristeza de ir, a certeza do amanhã.
Da volta.
Hoje eu descobri um pôr-do-sol especial.
Único.
Só triste.
Que não anuncia o amanhã, nem a volta.
Eu vi o brilho da mentira em suas cores
Vi o apagar dos sonhos
Enxerguei aquilo que o sol forte me cegava
Mas que eu queria acreditar
Hoje o pôr-do-sol me cegou.
E me fez enxergar
o que eu tanto resisti.
Hoje
Pra sempre.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Receita de Varenik


Eu aprendi a fazer Varenik, um prato russo.
E gostei muito. Então vai a receita.





Ingredientes


Uma menininha linda e criativa, chamada Yana
Um irmãozinho dela, doce e carinhoso, chamado Yuri
Um primo, sério e inteligente, apelido Dudu
Uma avó meio russa, meio-mundo
Um pai importado da Irlanda (serve da Escócia também), James
Um tio quase londrino, roqueiro
Uma tia, falante do inglês
Uma mãe antenada, meio floripa, meio iraí, meio europa (a medida é essa mesma: um inteiro e meio)

Modo de fazer

Cozinha-se a batata e mistura-se com um desenho da Yana.
Eu, por ela.


Ponto de purê, com a ajuda do Dudu e do Yuri


Acrescenta-se mais uma pitada da criatividade carinhosa


Sova-se bem a massa, com todo mundo, em todas as mãos.



Por último, come-se.



Aprendium prato novo, que se serve regado a desenhos, beijinhos e barulhos. Prato quente de carinho.
Feito a várias mãos, com diferentes nacionalidades.


Que acaba em abraço.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Cátia SP

Hoje foi aniversário de São Paulo.


Reaberta a Biblioteca Mário de Andrade.
Alegria.
Vi o show do Naná.
Trombei na rua com o Kassab.
Depois tropecei na escada com o Serra.
Parecíamos do staff, eu e a Cátia.



A parte mais linda: almoçar e conversar com ela.

Minha irmã cósmica.

Discreta, concreta, branquela.

domingo, 16 de janeiro de 2011

A X da questão

Hoje almocei na casa da Shizue.
A "X", colega das aulas de dança.

Aprendi a fazer temaki.
Montar.
Comer.
Compartilhar.
Temaki: fazer com as mãos. A irmã dela ensinou.

Tomamos chá verde.

Sua irmã, sua filha, os amigos da filha.
Cheirinho do tempurá, irresistível, com camarão.

Conheci as carpas que ela cria na caixa-dágua.
Seus cães.
Suas plantas.
Trouxe muita acerola pra casa.
E ainda tinha muito mais ali.

Cantamos.
Juntas no karaokê.

A "X" é muito muito especial.
Uma acerolinha viva.

Que divide e espalha sua alegria.
De viver.

sábado, 15 de janeiro de 2011

FAB: where are you?

Nossas Forças Armadas
sabem o caminho do salvamento.
No Haiti.
To deixando aqui um mapinha, pra conseguirem chegar no Rio de Janeiro, Teresópolis e outras cidades lá perto.
Mas tem que ser logo.
Pelo céu. Ou de barco.
Ou a vida dos brasileiros vale menos que a dos haitianos?
Ou não falamos a mesma língua?
Vamos subir o morro, antes que ele destrua tudo?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Vôos irresponsáveis

Incomoda
ver tanta notícia e mais notícia
e nenhuma ação
Repórteres correndo riscos para mostrar catástrofes "ao vivo".
Chinelinhos perdidos, bebês resgatados com vida, escombros, choros
Tudo quentinho na sala
Se eles
quarto poder
chegam lá
por que será que não ajudam?
Mostrar, só, só isso, agora
é indecente.
Por que os outros poderes
não exigem
não recrutam esses helicópteros
essas câmeras
dos melhores news do ar
para ajudar, levar água, comida, remédio?
Atônita
vejo que chegam lá.
Mostram, com capas de chuva e microfones com os devidos logos.
Podres poderes:
não têm autoridade
pra salvar?
Só pra exibir?
Tudo vira BBB.
Anestesiados seguimos como cegos voyers.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Pelo da Nuca

Eu queria ficar presa
no amor
politicamente incorreto
perdendo o ar e a razão

descamaria os peixes à noite
frequentaria cavernas por anos
filhos, carros, contas

rezar, comer, amar?
cozinhar, passear, voar
AMAR
AMAR
sinuca sem futuro
avassaladoramente
AMAR
Caos: aconteça.
Não me poupe.

I miss you

Hoje estou assim, com saudades:

do meu pai
da minha mãe
dos meus sobrinhos
das minhas irmãs
da minha família
saudade do amor por vocês.
Saudade.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

I'm free!


Ouvi que uma picada de heroína tem o "mesmo efeito que um orgasmo".

Como assim?!


Orgasmo tem o outro
a pele do outro
o cheiro do outro
o jeito do outro
o esquema do outro


Orgasmo tem a mim
a minha pele
o meu cheiro
o meu jeito
o meu esquema



Tanta coisa antes
e
depois de
um orgasmo.


Meio muito fácil: picar e gozar.
Coisa de gente tristemente egoísta. Solitária. Ensimesmada.

Eu tinha muita pena das pessoas que são escravas das drogas.

Continuo dando a maior força pra quem quer sair disso,
mas,
não tenho mais pena não.


O momento da escolha, da opção pela picada, pela cheirada, é momento consciente. É escolha! Toda escolha tem que ser respeitada. E quem escolhe, responsável.


Eu to feliz assim.
Eu to feliz limpa.

Eu escolhi assim, pra mim.

Com todas as etapas do orgasmo!

sábado, 1 de janeiro de 2011

2010 TRANSFORMAÇÕES:

sai do emprego
arrumei trabalho
virei bolsista CAPES
fiquei mais sozinha
mais comigo
mais com os outros
ocupei o armário todo
voltei a cantar
voltei a dançar
esmaltes multicoloridos

busquei o prazer
a alegria

DESEJO 2011 OPORTUNIDADES DE RECOMEÇAR.
E VIVER FELIZ.

A minha esquina


O Consulado Francês, onde encontrava minha mãe dando baixas nos vistos dos passaportes.

Maternidade São Paulo, onde nascemos.

O "pombal" onde morou minha irmã.

A Brigadeiro, a Frei Caneca, onde eu morei.

Frei Caneca - lugar de um apartamento-fantasma, mais um nó da discórdia tão familiar.



Alameda Jaú, flat, casa onde meu pai buscou sua felicidade. Nos últimos minutos.

Mc Donald's: meu pai, Jo e Felipe.

Casarões derrubados, com minha irmã se jogando na frente do trator.

Volta pra casa, sozinha, às 4 da manhã, sem medo. Tempos atrás.




TV Gazeta. Filipeta .
MASP. Trianon. SESI.




Conjunto Nacional: relógio do Itaú e otorrino.
Banco Francês. Chocolates. Mãe.
A deliciosa "prainha" dos paulistanos. Burburinho. Alegria.

Tanto tempo em minha vida. Eu te devia um momento: vê-la assim linda brilhante explosiva exuberante de luzes.




Alguma coisa acontece no meu coração

que só quando cruza a Paulista com a Consolação.