De algum modo, eu sempre carreguei o mundo nas costas.
Fazia por mim e por quem não fazia.
Olhava sempre para o todo e pouco pra mim.
A dança me ensina que não preciso fazer tudo: cada um tem sua função.
Aprendo a fazer minha parte solidariamente com a parte do outro e vejo o encontro.
E posso me preocupar em me melhorar, em deixar bonito, gostoso.
Viver ficou mais leve.
E, paradoxalmente, com maior responsabilidade.
Porque se o outro não faz a parte dele, me afasto.
Não tem música, dança ou afeto que resista à falta de responsabilidade.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Demasiadamente humana
Como se estivesse
sur um tapis magique
eu imagino.
Fosse eu verdadeiramente princesa
Que um gentil senhor descobriu
Todo reino seria para trazer-te alegria.
Se fosse mesmo minha a coroa,
Transformá-la-ia ouro em pó
Cobrindo de riquezas sua pele e alma.
Fosse eu aquela pequena fadinha
Que um lindo menino colou na bolsa
Todo condão seria para fazer-te feliz.
Se fosse minha a varinha mágica,
Eu te traria flores, cores, amores
Desmancharia dores, sofreres, temores
Fosse eu ainda aquela ingênua menina
Que o menino entregou a filipeta
Toda fantasia seria agradar-te
Se fosse mesmo meu o tempo
Que a vida leva no colo, mulher
Todos os sonhos seriam você
Nem fada, nem princesa, nem menina...
Sou humana
Demasiadamente humana
Humana tamanha
Que dói o peito quando a saudade aperta
Que segura o gesto quando o corpo anseia
Que mistura amor, flor e dor
Que chora, ri
Ama
Vive
Tudo que tenho a oferecer
a mágica, reino ou fantasia
são pontos brilhantes
escapados da minha alma:
Sonhos, desejos, amores
para vivermos juntos.
Humanamente.
Como dois tigres.
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