quinta-feira, 23 de junho de 2022

sábado, 4 de junho de 2022







Nhoque me lembra a minha Vó Estela.

 

Minha vó sorridente, sempre de vestido e seu brinco azul. Seus olhos azuis, seus cabelos brancos. Parecia uma estrela.

Minha vó era animada, crocheteira, emprestava dinheiro (e cobrava um “jurinho”). Veio fugindo da Guerra, lá da Calábria. Viveu até os 98. Ou 99.

 

Falava umas palavras em italiano, tinha todo jeito italiano e gostava de ensinar palavrão em italiano pra gente! Meu pai ficava meio bravo: com os palavrões e com o “jurinho”.

 

Quando ela fazia nhoque, enrolava a massa em cima do cimento do gás.

Eu, com as mãos de farinha, cortava os pedacinhos.

 

Para mim tudo isso era uma festa. A casa da minha vó....

 

Hoje eu fiz o nhoque aqui em casa, na bancada da cozinha, lembrando como ela fazia. Lembrando de tudo, revivendo tudo. Minha vó foi sensacional. E o nhoque ficou bom demais, não ficou, Hamilton?