sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Conversa ao pé do ouvido

Eu prefiro sala sem televisão.
Eu prefiro quarto sem televisão.
Eu prefiro apenas uma televisão  na casa.
Haverá um consenso sobre o que assistir.
Haverá família.

Enquanto eu preferia, 
chegou o computador.
Um para cada um.
Um para cada isolado.

Então, em casa, 
desligávamos televisão e computador,
por volta das dez da noite.
E conversávamos.

No começo não foi fácil.
Não tínhamos muito assunto.
Estávamos destreinados.
Depois a coisa foi tomando corpo.
Era gostoso saber que àquela hora teria conversa.
Nós estaríamos ali. Juntos.

Daí a vida andou.
A família separou.
A televisão virou em laptop. 
Um pra cada um.
Um para cada isolado.
A conversa cada vez mais difícil. 
Ao vivo.


Celular.
A sala invadida.
Sofá, cama, banheiro.
Carro, passeio, praia.
Almoço, jantar. Hospital.

Eu preferia varanda.
Passeio a pé.
Sorvete na rua.
Conversa às 22h.

Afeto com hora marcada.
O sorriso da família. Conversando.
Eram tempos bonitos....

Eram tempos de ouvir.


3 comentários:

  1. Tenho me forçado a ser menos voltada para baixo, para a telinha do celular. Tenho ganhado mais tempo para séries e filmes. Outra coisa que eu aboli é o terrível hábito de levar o celular para a mesa de jantar. Deselegante... lembro de vc, que praza pelas relações cara a carra... É difícil...mas estou tentando.

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  2. Tenho me forçado a ser menos voltada para baixo, para a telinha do celular. Tenho ganhado mais tempo para séries e filmes. Outra coisa que eu aboli é o terrível hábito de levar o celular para a mesa de jantar. Deselegante... lembro de vc, que praza pelas relações cara a carra... É difícil...mas estou tentando.

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Magali