sexta-feira, 17 de junho de 2011

Justiça seja feita







Meu pai foi um homem simples.
Mas dedicado.










Filho de uma dona de casa e um caminhoneiro, irmão de taxista e balconista, mudou o patamar (para não dizer "casta", já que oficialmente não existe no Brasil) de sua família.
Tornou-se doutor: Dr. Filardi. Advogado.


Depois: juiz de direito.


Mandou prender o Fleury, chefe do Esquadrão da Morte.
Arquivou o processo da Elis Regina, "em respeito à mãe, mulher e artista".
Transformou nossa casa em local de trabalho para muitos albergados que não conseguam emprego para manterem sua liberdade condicionada: o Pelezão, estelionatário, era nosso jardineiro e mestre na arte de ensinar a nó, eu e minha irmã, a empinar pipas; a Vanda, era nossa faxineira. E tantos outros.





Crescemos convivendo com um homem de imenso coração, ciente de suas responsabilidades como pai, filho e marido. E provedor, que era.

E nosso padrão ficou alto: aos homens que nos rodeam, sempre a comparação.




Um homem que cresceu com seu trabalho. Que soube, além de trabalhar, construir nome, carreira e bens.


Um homem que, desfazendo um casamento de 32 anos, preocupava-se em "deixar bem a esposa, sem que nada lhe faltasse". Inclusive no futuro. Tinha a visão da responsabilidade de ser provedor e coração para manter-se assim, mesmo depois de acabado o amor.


Um homem que deixou filhas, esposa e irmãos, cada um do jeito cabível, amparados.


Eu agradeço ao meu pai todo o empenho de sua vida.
Sua preocupação com suas filhas. Com sua esposa.
O exemplo de Homem, com H maiúsculo, que ele me deu.
Agradeço seu apoio emocional e, principalmente hoje, seu amparo material. 
É na casa que ele me deixou que moro e outras coisas mais que dele ainda vêm.





Mesmo depois que você se foi, virou estrela, não me desamparou.

Pai, obrigada!

Por tudo.








Acima de tudo pelo exemplo que posso passar, para meu filho.
Um homem. Que desejo, com H maiúsculo.

4 comentários:

  1. sempre nosso querido, amado e saudoso pai...
    nem acredito que ele se foi, dificil conviver com essa perda!!
    concordo com vc ma!!!

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  2. Ele faz muita falta. Mas seu exemplo tá vivo.

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