quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Margens Plácidas

Ontem, na ponte.
Na ponte mais alta, na ponte nova, olhamos o rio enchendo.


Enchendo rapidamente.
Os carros, parados no trânsito. Alagados.
As pessoas, então, saíram dos carros e, de braços cruzados, olhavam o rio.

Outras, em cima da ponte pequena, a ponte velha. Olhavam. Muitas.
Nós, caipiras da capital, que mal sabemos distinguir galinha de pato, estamos alienados das forças da Natureza. Da beleza da natureza.

Aqui,
chuva é igual a trânsito;
sol, igual a ar seco.
árvore, sujeira ou tombamento no portão.

As frutas pegamos - já descascadas no mercado.
As saladas, lavadinhas e embaladas a vácuo.
Peixes, congelados.
Pratos prontos.

Mas nosso coração lembra da natureza.
Bonito de ver aquele rio transbordando São Paulo.
Fosse o Nilo, estaríamos sempre salvos.
Lá, as margens são preservadas por que sabe-se que rio chama as águas e as leva para o mar.
Mas o nosso Tietê que nada contra a corrente: segue para o interior.


Rio transborda.
Façam quantas pistas quiserem na marginal: rio se derrama todo para fora.
Ficamos assim, ontem: olhando aquele rio lindo (que está meio morto por aqui) a gritar-nos:

Eu existo.

Um rio é como um espelho que reflete os valores e comportamentos da nossa sociedade.
Você já olhou para o Tietê hoje?

Ontem nós olhamos.
E gostamos, apesar de tudo.

Observe o Tietê.
Sempre.
Pense e deseje seus peixes.




veja o site: http://www.rededasaguas.org.br/observando/historia.htm
Rio Tietê, eu choro por você.

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