quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

O QUE TEM PRA COMER?

 










Hoje entrei numa lojinha de orgânicos, aqui perto de casa.

Fiquei uns segundos do outro lado da rua... entro ou não entro? Quero conhecer a loja e os produtos, mas esse povo costuma ser meio chato que critica tudo e se acha superior. Pra toda teoria,  tem um chato que se justifica atrás dela.

Mas, meu coração – ah... meu coração - me diz: tamo tudo junto.

Então juntei minha racionalidade construída, meu sentimento natural e  trouxe meu corpo, direcionando meus pés para a porta da loja. Venci minha resistência. Entrei.

Lá dentro, um ar-condicionado gostoso, uma lojinha pequena e aconchegante, uns pimentões, tomates, batatas, hortaliças e a Renata. De fita cor-de-rosa no cabelo e máscara preta no rosto. Ela vai me explicando como funciona a loja, a entrega, o QRCode, o site e exala uma tranquilidade cheirosa, como uma horta.

 

Então vem a pergunta inevitável, que pode estragar todo o clima:

 

- Você vegetariana?

- Eu não sou vegetariana, Renata.

- Vegana?

Não sou vegana.

Não sou carnívora.

Não sou ovolactovegetariana

Não sou pesco-vegetariana.

Nem flexitariana.

Nem onívora.

Nem crudívora.

Tem mais algum nome que esqueci?

 

Lembro de uma fala que ouvi num templo budista (não, não sou budista):
“Aqui comemos o que recebemos em doação. Não cremos ser justo recusar ou escolher alimento”.

 

Minha postura em relação à comida é gastro-ecumênica.

Toda comida que nos chega à mesa é sagrada.

O que tem para comer? Comemos com alegria.

 

A Renata sorriu com os olhos.

 

Obs.: Ainda quero experimentar o pé de galinha que minha nora adora!

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Magali