sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O bom selvagem - I

Um dos tantos motivos pelos quais sou apaixonada por Rousseau:


"Querer satisfazer insolentemente a seus desejos, sem o consentimento de quem os provocou, é audácia de um sátiro; a audácia de um homem é saber revelá-los sem desagradar, torná-los interessantes, fazer com que sejam compartilhados, sujeitar os sentimentos antes de abordar a pessoa. Ainda não basta ser amado, os desejos compartilhados não dão sozinhos o direito de satisfazê-los; é preciso além disso o consentimento da vontade. O coração concede em vão o que a vontade nega. O homem de bem e o amante abstêm-se, mesmo quando poderiam obter. Arrancar esse consentimento tácito é usar de toda a violência permitida no amor. Lê-lo nos olhos, vê-lo no jeito apesar da recusa da boca é a arte de quem sabe amar. "

Jean-Jacques Rousseau, Carta a D'Alembert, Nota 35.

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