quinta-feira, 7 de abril de 2022






O QUE VOCÊ VÊ?

Eu vejo um lar, que acolhe um tronco familiar, com várias ramificações.
Todo mundo irmão, mas reunidos em várias associações: uns se juntam por proximidade geográfica; outros pela ascendência sanguínea, pela língua, pelos interesses comuns. Junções que não são excludentes e podem ser concomitantes.

Sobre a desavença entre Ucrânica e Rússia não tenho muito o que falar. Como brasileira, geográfica e culturalmente estou longe. Nós aqui no Brasil, não somos da União Europeia, como os europeus não são do Mercosul. Como cidadã francesa, fico triste em ver irmãos brigando. É fácil o presidente dos EUA afirmar taxativamente que o agressor é a Rússia. Só coloca mais lenha na fogueira. Ele não é da união europeia. Ele é da Otan. Uma engenhoca que criamos para equilibrar na base militar a guerra fria. Mas acabou a URSS. Caiu o Muro de Berlin. E mantivemos a Otan. E toda memória de um conflito ancestral, vira um problema entre quem é ou não da Otan. Os EUA ficam de consciência bem leve encontrando um agressor final para tudo, que óbvio não são eles e se colocam como xerifes salvadores do mundo. Meu coração pergunta: até quando e para quê a Otan? A quem interessa a Otan?

Repito que tenho pouco a dizer sobre ser agressor ou vítima ali. Não sei se a Ucrânia é tão inocente ou a Rússia tão maligna. Faz um tempo que procuro olhar os eventos para além do “quem é bom, quem é ruim”. Vejo pessoas sofrendo, bombas, desespero, de um lado e isso me entristece. Do outro lado, não vejo nada, não ouço quase nada, e gostaria de ver. Deve haver a busca de algum equilíbrio nisso tudo. Vejo presidentes tentando defender a história de seu povo. Vejo integrantes da união europeia cuidadosos porque sabem que estão numa mesma ramificação da árvore. Todos são europeus. Até os russos. Acredito que a paz virá pela articulação da união europeia, pelos irmãos.

Penso num dia em que cada ramo da família viva bem entre si e entre todos. Que a casa fique em ordem.


Um jour tu verras
On se rencontrera
Quelque part,
n’import où,
guidés par le hasard


E você o que vê, olhando nossa casa?

 

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Magali