domingo, 6 de dezembro de 2009

Eram os deuses psicólogos?


Finalmente as soluções para essa coisa maluca que é viver.

Sinto,
não sei bem se consciente ou
inconscientemente
que os psicólogos serão nossos deuses.
Acenam-nos com
sorrisos complacentes do tipo "eu sei o que você fez no verão passado" ou "sei o que sente agora, mas não sentirei com você para não nos afogarmos juntos";
com mundos inacessíveis - do inconsciente à primeira mamada ou aquela transa malacabada - sabem, no fundo acessar nosso ego dilacerado;
espelhos para saídas dos labirintos, aquelas encrencas nossas mais íntimas;
com sentimentos oceânicos que nos transportam de gota, de nada, a um oceano todo, tudo.


Como deuses, ficarão distantes do nosso mundinho cotidiano; das nossas mazelas; dessa vidinha humana que levamos.

Esforçar-se-ão (desculpe a construção verbal, deve ser algo inconsciente) para que "funcionemos" bem. Como um relógio, de marca as horas, mas jamais pensará em questionar a existência ou a materialidade do tempo.


Infelizmente, para nós, réles humanos, teremos esses disparates de querer ser o que não somos ou de fazer o que não podemos. Voar, como Ícaro; amar como Sereia; narcisar, como Narciso. Nós, assim, não funcionamos bem.


No fundo, no fundinho mesmo, não batemos bem. Como diz Caetano: de perto ninguém é normal.


Foucault, liberta:
"A máquina funciona. O corpo vive".


Desejo viver bem.
Mesmo que esteja "funcionando mal".



Às favas com os deuses!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por comentar no blog. Se tiver um email, escreverei para você. Abraço,
Magali