domingo, 1 de janeiro de 2012

Sobre Ignorância da Volatilidade dos Corpos


Ouço dizer que existem sete mulheres para cada homem.
Então, me pergunto, porque existe tanto “homem corno”?
O esperado seria que, já que se tem tanta competição, encontrado e agarrado o homem, a mulher não o soltaria mais. E, mesmo que quisesse trai-lo, não haveria disponibilidade no mercado.
Geralmente classifica-se a mulher de vagabunda. Como sempre a culpa é nossa, desde Eva. “Ela não tem caráter: se tivesse não fazia isso etc etc etc etc etc.”. Como mulher eu digo que gostamos de namorar, e cuidar de um homem, fazer-lhe carinhos, dizer-lhe coisas bonitas, agradá-lo, entregar-se somente a ele. Estes são desejos profundos. A  mulher não  trai por que é vagabunda: mas por que está infeliz ou com raiva de ter sido traída, que é tristeza também.
E porque ela fica triste?
O homem acredita nesse castelo de areia de que tem à sua disposição sete – ou mais mulheres – quiçá todas as mulheres do mundo, já que ele é o mais gostosão, o mais fodão, o mais tudo que existe, que ele conhece.
Então, estando com uma, pensa nas outras seis.  Seu carinho é meia-boca.
Age como se aquela na sua frente fosse facilmente descartável pela fila à espera dele. Seu olhar é vago.
Caso se divida realmente entre duas ou mais mulheres, não consegue mesmo satisfazer plenamente nenhuma delas. Em nenhum aspecto. Sua atenção é frágil.
O homem age como proprietário: conta seus bens, define seu território com cercas e vive na ilusão de que nunca será invadido.
A mulher age como o fogo: arde mais onde há oxigênio.
Não é vagabunda. Nem há traição, que seria agir de má-fé, pelas costas. É volátil:  quando uma mulher deixa seus desejos profundos de acolher um homem e voa para outros braços , não é uma surpresa: o tal corno já sabe que cavou sua própria cova. E enquanto esta lhe fazia mil presentes, ele ao invés de retribuir, acreditava-se cada vez mais o super poderoso. E pensava em todas as outras.
Resumindo: para cada sete mulheres de um homem latifundiário, idiota, há mil socorristas com balões de oxigênio prontos para uma respiração boca-boca, fazendo fogo de lascas de pedra por onde encosta.


Divirta-se:

3 comentários:

  1. muito certo amiga,adorei sua colocação,.muito verdadeira
    meu email
    iolandapasterick@gmail.com
    beijos
    feliz ano novo!

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  2. Oi Maga! Gostei do texto, muito intenso... a gente ainda está acostumado a viver conforme padrões velhos, não? Eu espero não ser nunca um latifundiário! beijos. Evandro. http://eloarte.blogspot.com

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  3. Evandro, não seja mesmo: melhor pra você! :-)

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Magali