Hoje entrei numa lojinha de orgânicos, aqui perto de casa.
Fiquei uns segundos do outro lado da rua... entro ou não entro? Quero conhecer
a loja e os produtos, mas esse povo costuma ser meio chato que critica tudo e
se acha superior. Pra toda teoria, tem
um chato que se justifica atrás dela.
Mas, meu coração – ah... meu coração - me diz: tamo tudo junto.
Então juntei minha racionalidade construída, meu sentimento natural e trouxe meu corpo, direcionando meus pés para a
porta da loja. Venci minha resistência. Entrei.
Lá dentro, um ar-condicionado gostoso, uma lojinha pequena e
aconchegante, uns pimentões, tomates, batatas, hortaliças e a Renata. De fita
cor-de-rosa no cabelo e máscara preta no rosto. Ela vai me explicando como
funciona a loja, a entrega, o QRCode, o site e exala uma tranquilidade
cheirosa, como uma horta.
Então vem a pergunta inevitável, que pode estragar todo o clima:
- Você vegetariana?
- Eu não sou vegetariana, Renata.
- Vegana?
Não sou vegana.
Não sou carnívora.
Não sou ovolactovegetariana
Não sou pesco-vegetariana.
Nem flexitariana.
Nem onívora.
Nem crudívora.
Tem mais algum nome que
esqueci?
Lembro de uma fala que ouvi num
templo budista (não, não sou budista):
“Aqui comemos o que recebemos em doação. Não cremos ser justo recusar ou
escolher alimento”.
Minha postura em relação à
comida é gastro-ecumênica.
Toda comida que nos chega
à mesa é sagrada.
O que tem para comer?
Comemos com alegria.
A Renata sorriu com os
olhos.
Obs.: Ainda quero experimentar
o pé de galinha que minha nora adora!
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Magali