Existe alguma coisa de atemporal no tempo.
O relógio digital eliminou os segundos:
o espaço onde a vida
acontece.
Tudo agora mesmo pode estar por um segundo.
E é ali, nos segundos, que a vida pede um pouco mais de
calma.
Passa tão depressamente devagar o dia chato.
E o momento de prazer, expressamente.
Como é lindo um homem maduro, grisalho. Seguro.
Como é lindo o menino desabrochando em barba e tesão.
Impulsivo.
Tenho medo do tempo, que ele leve embora beleza,
consciência, agilidade.
Eu levo na flauta. O tempo musical é intemporal. Não
acontece nem nos segundos, nem nas horas, nem nos anos. Acontece. Pulsa. Ali eu
moro.
No andamento que a música me traz, eu ganho paz, maturidade,
paciência.
Num espaço de silêncio, que escapa e invade.
O tempo cura.
Nada mais eu preciso.
Parabéns Magali!
ResponderExcluirlcv1@hotmail.com
Meg
ResponderExcluirMinha contribuição para sua reflexão sobre o tempo é de um cara, digamos, um "pouco" mais sábio e sensível que eu.
"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para diante vai ser diferente".
Carlos Drummond de Andrade
É o que desejo pra você e pra mim, aqui e agora, vivendo o eterno é.
Beijos