Minha querida e bailarina amiga, Nira, está no Brasil.
Que gostoso abraçá-la, sentir seu corpo, seu cheirinho.
Uma
bailarina de primeira, baixinha, de pernas grossas, valente.
Lembro de nós duas na
Praça do Pôr-do-Sol, antes de ela ir para a Alemanha.
Lembro das tardes na
sua casa, em Guarulhos.
Nossas confidências.
Nossos amores.
Nossos instrumentos da
banda sendo lustrados.
O meu, um par de pratos, e seu, um bombardino.
Nunca entendi como
conseguia soprar aquilo, sendo tão pequenina.
Sua irmã, a Irna, também minha amiga, veio dos Estados Unidos...
Passamos também bons momentos juntas...
Lembro de sua mãe, D. Nair, sempre agitada, querida,
cuidando de tudo e de todos.
Ela foi minha mãe substituta.
Sua casa era minha.
A qualquer
hora.
Além de mãe, foi maestrina.
Foi minha primeira maestrina. Ensinou-me a cantar em coral e
a tocar em orquestra. Alegre, em vocalizes ao piano, tentando afinar corações
enlouquecidamente desafinados.
Meu Deus, o Fernando, meu namorado, era surdo,
eu acho....
Não afinava nem bom dia...
D. Nair está na UTI.
Nira, Irna, Inar, Hércules... tristes.
Mas ela não pode estar ali.
Há muitas músicas a serem
tocadas, muitos Fernandos esperando a afinação, muita alegria a sair de seu
sorriso.
D. Nair, volte logo.
Por favor.
Nira, minha querida bailarina, sente-se no meu colo. Como hoje à tarde.
A gente
chora junto.
Irna, Fique comigo.
Eu amo vocês.
Eu amo sua mãe.
Nossa mãe.
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Magali