O Everson, professor de dança, juntamente com a linda Luisa - fiz com eles Tango, Gafieira e, agora, o curso de Condução Masculina, sempre repete uma frase:
"O homem precisa - precisa - saber em que pé a dama está".
Num momento da aula , hoje, ele pegou uma senhorinha pra fazer o "peão", com ele. Peão, como o nome sugere, é um movimento de giro. Precisa equilíbrio, coordenação e entrosamento, dos dançantes.
Ela ficou apreensiva em dançar com o professor. (Quem não fica?).
Ele percebeu e disse:
"Ela já está nervosa, antes de qualquer coisa. Estou aqui, acalmando-a, percebendo-a e deixando-a tranquila".
Fazia, enquanto isso, o passo básico, com ela.
De repente, os dois faziam o "peão", lindamente.
Ela sorria. Transbordava felicidade.
Os cavalheiros precisam saber que nós, damas, estamos inteiras na mão deles.
Nosso corpo, nossa alma, nossa emoção. Estamos nos deixando conduzir. Isso não é fácil e nem simples.
Os cavalheiros precisam saber em que pé as damas estão, para nos levarem, com delicadeza, sem trancos, aos deliciosos passos caminhados juntos na dança. Se estamos apoiadas no esquerdo, levem-os para a direita, senão tropeçaremos na nossa entrega.
Mas, muito mais que saber que pé nosso está no chão, o cavalheiro precisa saber "em que pé estamos": se calmas, ansiosas, nervosas, tensas e acolher.
Acalmar.
Antes de qualquer passo, o encontro.
O braço firme nas costas e a sensação de que estamos protegidas. De que nada nos fará mal.
Nem um salto deseducado atingirá nossa canela, nem um passo afoito do nosso parceiro e, principalemnte, nenhum desafeto emocional.
Num dos bailes de forró que quase sempre vou aos domingos, dancei onze músicas com um rapaz que não sei o nome. Eu e minhas amigas o apelidamos de "Trancinha", por causa do cabeço.
Foram onze músicas de corpo colado.
Um sentindo o outro.
Não fizemos giro. Nem passo, Nem nada.
Ele e acolheu e dançamos.
O tempo do mundo parou e só existia o tempo da música.
Dança é isso.
Pra mim.
Dançar não é apenas sobre passos e giros mas também sobre a alma e encaixes. Se encaixar com uma pessoa ao ponto de um momento uma música ser único. Encaixar pensamentos, movimentos, sensações, emoções que a por dentro. Dançar é respeitar e aprender que um ser tão belo está nas nossas mãos e pra isso Cavaleiros, sempre o máximo respeito.
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